Pensamentos... que descem à alma
Movem-se em torno de mim,
Compadecem-se de mim...
Sou triste e não tenho calma.
Sei que vou morrer.
Todos o sabemos
Mas será que todos morremos,
Mesmo assim?
Acreditei em tempos na eternidade,
Agora sinto-a, neste presente.
Porque é no presente que ela se afirma,
E não na continuidade de um tempo ausente.
A eternidade sabe ser.
Eu, é que não sei.
Acredito nela e tenho medo de me perder.
Em mim, nunca acreditei.
Os outros são como um nada,
Eu só a mim me importo.
A poetisa ri, fez um esboço,
E eu não me convenço, saio calada...
Não vou mais adiante
Com medo de me perder no caminho.
Mas é em mim que caminho, sem destino
E me perco delirante.
Dou voltas e cambalhotas.
É nisso que se resume uma vida de infortúnio.
Não quero navegar, quero flutuar
Em mares de marés mortas.
O desfecho da vida, não o sei.
Ainda não o vivi,
Mas penso nele, mais do que em mim.