terça-feira, 19 de junho de 2007

OUTFEST - festival de música e imagem do Barreiro

O Outfest tornou-se, este ano, num festival de carisma internacional trazendo ao palco do Auditório Municipal Augusto Cabrita bandas como Wolf Eyes e Orthodox. Apesar de a sua presença no Outfest ter motivado a vinda de inúmeros lisboetas ao Barreiro, estes não foram os únicos a surpreender o público. Tanto TSUKI como Variable Geometry Orchestra, que actuaram no dia 16 de Junho (sábado), deram a conhecer as diversas personalidades que a música experimental pode ter, seja ela minimalista ou apetrechada com os mais variadíssimos instrumentos, desde as mesas de mistura aos instrumentos de sopro e de cordas, o que interessa é a criatividade (até mesmo no que toca à invenção de instrumentos musicais) e o feeling que, como dizia Ernesto Rodrigues (violinista e líder da VGO), é fundamental no improviso. Este ano o Outfest está a decorrer no AMAC (excepto no dia 23 de Junho) permitindo, deste modo, que a organização do evento disponibilizasse melhores condições às bandas e ao público. Lugares sentados, bar e casas de banho à disposição e segurança reforçada tornaram o ambiente do festival mais intimista e agradável. Foi possível, também, a realização de exposições de pintura e fotografia, bem como uma mostra de VideoArte da autoria de Miguel Soares e, ainda, a criação de um espaço próprio para a manipulação musical, disponível para os visitantes que estejam dispostos a experimentar novos percursos sonoros através de uma mesa de mistura. A presença dos Orthodox marcou a noite de Domingo por fugir um pouco à linguagem da música electrónica experimental sem contudo não deixar de lado o poder da distorção e as vozes electrizantes acompanhadas de uma bateria efusiva. Este festival abre portas a novas perspectivas do mundo e da vida, pode ser um meio de reflexão e introspecção e, ao mesmo tempo, apelar à destruição do raciocínio onde só contam as pulsões vitais. Foi assim que os Wolf Eyes fecharam o espectáculo, num encore invulgar que se tornou o auge da noite, o público foi chamado ao palco para o encontro final e imediato com a electrónica, ou seja, com os impulsos delirantes que libertam e fazem renascer diferentes visões do ser humano em relação às novas tecnologias musicais.

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