sábado, 3 de março de 2007
MegaConcerto Visão (Texto 2)
(Texto da Autoria de Marta Bonifácio)
Dia 17 de Fevereiro de 2007, um sábado, fui ao concerto de 6 bandas portuguesas de marcáveis carreiras de rock, que voltaram para arrebatar todo o pavilhão Atlântico. Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, GNR, Rádio Macau, Jorge Palma e Xutos & Pontapés foram as grandes bandas portuguesas que participaram no MegaConcerto Visão, e que levaram mais de 6 mil pessoas ao rubro.
O concerto começou com meia hora de atraso, mas já se contava com isso. Os primeiros a darem música ao pavilhão, foram os Rádio Macau, que conseguiram pôr as pessoas todas a cantarem a sua famosa música “Anzol”. O resto do seu concerto foi normal, com algumas pessoas a cantarem, outras apenas a apreciarem, e no fim todas a assobiarem e a aplaudirem.
Seguiu-se o cantor Jorge Palma, que entrou com o seu cigarrinho na boca e o seu estilo único. Cumprimentou os seus companheiros da banda (por ele convidada) à sua maneira carinhosa, e sentou-se no piano que lhe fora emprestado por Pedro Abrunhosa, assim ele o disse ao público. Jorge Palma estava decidido a marcar diferença e a brincar com o público. A meio do concerto até pediu que lhe levassem uma cerveja, coisa que ele supostamente nem poderia beber (devido a um problema de saúde) e continuou o concerto a tocar e cantar com os seu estilo excêntrico, e a brindar com todo o pavilhão Atlântico.
Pois não podia seguir-se-lhe melhor banda senão os GNR (Grupo Novo Rock), cujo vocalista, Rui Reininho, tem também um estilo único e excêntrico. Esta banda, muito conhecida entre todas as gerações, conseguiu impor-se e acomodar todas as pessoas, ao ponto de estas vibrarem com as suas músicas. Entre elas encontravam-se as mais famosas da banda, tais como “Dunas”, “Pronúncia do Norte” e uma das últimas que lançaram “Quero que vá tudo pró inferno”. Entre saltos e cantorias, ouviam-se também muitos assobios de ânimo e palmas de excitação. Concluindo, os GNR manifestaram um magnífico concerto, no qual distribuíram euforia por toda a plateia.
Pedro Abrunhosa prosseguiu com o espectáculo. Surpreendentemente (no meu ponto de vista), conseguiu entusiasmar a audiência e dar alma às suas canções. Mas mais admirável que isso, Abrunhosa teve como última musica uma canção nova, que só irá ser lançada no seu próximo álbum, que envolveu emoções, um coro e identificação por parte do público. A canção baseava-se no tema “todos diferentes, todos iguais” e era uma homenagem ao travesti que foi brutalmente assassinado à cerca de um ano na cidade do Porto por um grupo de jovens.
A “luz do palco” foi cedida depois a Rui Veloso, que, sem dúvida alguma, usufruiu das melhores iluminações da noite. Mas nem havia essa necessidade, sendo que este cantor tem músicas tão poderosas. O seu momento mais glorioso foi quando tocou, cantou e pôs o público a cantar a sua mais famosa música “Chico fininho”. Nesse momento todo o pavilhão Atlântico estremeceu. Com a sua guitarra, a sua gaita de beiços e a sua voz, Rui Veloso conquistou o público e mostrou que ainda é capaz de dar um grande espectáculo, notando o facto das 9 canções que cantou, mais do que qualquer outro artista naquela noite.
Mas o ponto máximo da noite foi quando vieram tocar os Xutos & Pontapés. Aí é que foi. Atrevo-me a dizer que eram os mais desejados do espectáculo: pessoas de todas as gerações ansiosas, claques vestidas com T-shirts deles histéricas. Estava tudo ansioso por esta última actuação. Os Xutos entraram em palco com a sua música “Contentores” e começou a exaltação: tudo de mãos no ar a cantar e a saltar, e alguns a cruzar os braços em forma de cruz/x (símbolo dos Xutos), como forma de emoção e contentamento pelo grupo. Logo de seguida vieram “Não sou o único” e “Ai se ele cai” que continuaram a fazer sucesso entre todas as gerações, e depois “Circo de Feras”, uma canção um pouco mais calma, para acalmar os ânimos da juventude. E assim continuou o seu concerto, cantando, pulando e aplaudindo.
Quando eram já quase 3 da manhã, e os Xutos, para muita tristeza das pessoas, tocaram a sua última música, ainda nós não imaginávamos que o concerto não estava nem perto de acabar. Um a um, os artistas/bandas começam a entrar no palco, a cantar a música “Venham + 5”. A essa altura, já era bem visível a embriagues de quase todos os artistas, tendo eles comportamentos como agirem demasiadamente felizes, tirarem o microfone uns aos outros, e tocarem instrumentos como se os estivessem a ver pela primeira vez. Foi, de facto, uma visão engraçada. Após a tentativa falhada de cantar a música como deve ser, ouve-se então os aplausos do público, cujo o cansaço tinha já sido trocado pelo humor. O concerto acabou. Para uns felizmente, já cansados e satisfeitos, e para outros infelizmente, ainda com garra e a quererem mais.
Foi assim que se passou um concerto que durou perto de 6 horas, sendo que era para durar apenas por volta de quarto horas e meia. O mais chato do concerto foram os 20 minutos de espera entre cada actuação. Por cada meia hora de música, ficávamos à espera 20 minutos, e isso acho que foi um exagero. Antes da actuação dos GNR ainda devemos ter ficado à espera meia hora, devido a um problema (um joelho partido ou assim) de um dos guitarristas de Jorge Palma que demorou demasiado tempo a resolver, e que era desnecessário tanto tempo. Os intervalos eram tão grandes que as pessoas começavam a ficar aborrecidas e irritadas. Se não fosse o brilhante espectáculo por parte dos artistas, receio que metade das pessoas já se teria ido embora a meio.
De qualquer forma, presenteei um inesquecível concerto, onde as principais emoções eram o delírio e euforia. Foi um concerto que representou e relembrou a música Rock portuguesa dos últimos 25 anos. E continua simplesmente espectacular e viva!
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9 comentários:
lol, gostei da expressão "Aí é que foi." Mas Marta, coitado do rapaz com o joelho partido e tu a dizeres que não era preciso tanto tempo para o levarem dali lolol "Vá lá, a despachar! Queremos ver os concertos, tá ali o puto a empatar..." :P
lolol pah... eu tenho pena do rapaz... o que eu tou a dizer é que deviam ter lá pelo menos um médico e uma maca, para o irem tratar decentemente para um lugar melhor que o palco, que estava com toda a gente a olhar...
Nem me apercebi disso...tb tive la lol..."Tu eras aquela...que eu mais queria!"
Também la tiveste Vasco? na plateia? olha, nós tivemos que escrever estes textos para um trabalho de cultura portuguesa, e aproveitámos para pôr aqui. Tu, acho eu, não temns que fazer o trebalho, mas também podes pôr aqui a tua opinião sobre o concerto ;)
E nós (Eu e a Marta) a comentar: "Não vejo ninguém conhecido!", "Nem eu".
Afinal estavas lá ó Vasco! :)
Sim, era giro lermos a tua impressão do espectáculo Vasco. Pelo que reparei, eu e a Marta tivemos impressões parecidas, embora tenhamos divergido em alguns pontos,no geral tivemos a mesma apreciação do espectáculo.
bomboclaat
PERSONAGENS DO CARALHO!!!
"Bomboclaat": "Common Jamaican expletive" that is used in either extremes of excitment or sadness or vexation at a person or just as an expression.
Estamos sempre a aprender com o próximo... seja através do que ele diz, seja através do que ele quis dizer. obrigada :)
A ver s faço a minha "crónica" :P
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